Resíduo de vazamento chega ao rio, diz CSN
Publicado em 06/08/2009, às 21h24
Paulo Moreira
Volta Redonda
A CSN comunicou ao Inea (Instituto Estadual de Ambiente) que algum material remanescente do vazamento de segunda-feira escapou nesta quinta-feira (06) das barreiras de contenção permanentes e das complementares, montadas em função do acidente. Os produtos são benzo (a)pireno e benzo antraceno - os mesmos que vazaram há quatro dias. A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos
Técnicos do Inea se encontravam, ontem à noite, no interior da Usina Presidente Vargas, onde trabalhavam em conjunto com funcionários da CSN na investigação do fato e em medidas de contenção do vazamento.
A mancha de óleo que se formou está sendo monitorada pelos técnicos do Inea e até o momento não foi necessária a suspensão da captação de água para o abastecimento público. Uma equipe do Inea permanece dentro da CSN acompanhando os trabalhos de identificação das possíveis fontes.
- Este novo acidente demonstra que a empresa ainda não tem o controle, o que é inadmissível - disse Marilene Ramos.
Inea interdita unidade de carboquímicos
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mandou interditar nesta quinta-feira (06), por determinação da secretária do Ambiente, Marilene Ramos, a unidade Carboquímica da CSN. O motivo seria o que o Inea afirma ter sido um novo vazamento. A CSN nega, dizendo que resíduos do vazamento anterior escaparam da barreira de contenção.
O primeiro - e, segundo a CSN, único - vazamento ocorreu no domingo e se repetiu na segunda-feira, quando pareceu estar estancado.
O coordenador Miguel Arcanjo chegou a levantar a possibilidade de determinar a paralisação da coqueria, em função da sequência de problemas, mas essa hipótese traria, segundo uma fonte ouvida pelo DIÁRIO DO VALE, problemas sérios: segundo a fonte, a coqueria não pode ser paralisada, já que isso levaria à perda dos fornos que fazem a destilação do coque (carvão mineral).
A paralisação das atividades da unidade de carboquímicos, que processa os subprodutos dos fornos da coqueria, traz um novo problema se forma: dar destino aos subprodutos, que hoje são processados para venda e, sem a unidade carboquímica, ficam sem uma destinação.
A ocorrência anterior, segundo técnicos do próprio Inea afirmaram ontem, já foi controlada. A diretoria do Inea vai analisar o relatório da vistoria para definir a multa a ser aplicada à siderúrgica: o valor pode variar de R$ 1 mil a R$ 50 milhões.
- Só o acidente já vai gerar uma multa cujo valor pode ir de R$ 1.000 a R$ 50 milhões. E a multa ainda será agravada em função da demora na informação - afirmou a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, que esteve anteontem em Volta Redonda.
http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,8167.html
Secretária estadual do Meio Ambiente e comissão da Alerj vistoriam CSN
Volta Redonda
Publicado em 07/08/2009, às 9h35
O presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), deputado estadual André Lazaroni e a secretária estadual do Meio Ambiente, Marilene Ramos, estarão a partir das 9h30min de hoje (7), em Volta Redonda, para vistoriar as instalações da CSN. A vistoria acontecerá para apuração das causas de um novo vazamento de óleo na unidade de carboquímicos da CSN que atingiu ontem (6) o Rio Paraíba do Sul.
A nova mancha de óleo que se formou ontem está sendo monitorada pelos técnicos do Inea. Até o momento, não houve necessidade da suspensão de captação de água para o abastecimento público.
De acordo com determinação imediata da secretária estadual do Meio Ambiente, Marilene Ramos, a unidade ficará interditada. "Este vazamento confirma que a CSN não tem um plano de gerenciamento ambiental. Isto é um absurdo. É importante lembrar que este óleo tem organoclorado em sua fórmula, substância química altamente cancerígena", afirma o deputado André Lazaroni.
O primeiro vazamento ocorreu no último domingo (2) e se repetiu na segunda-feira, quando pareceu estar contido. Diferentemente do que aconteceu no início da semana, quando o acidente foi denunciado pela população, desta vez a própria CSN avisou ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente). Por ter omitido a falha no primeiro vazamento, a empresa pode ser multada em até R$ 50 milhões.
Em setembro, a Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj promoverá uma Audiência Pública no município sobre os problemas da CSN. Há dois meses, a companhia cobriu a cidade com uma nuvem de fuligem de carvão provocada por uma explosão de um alto-forno. A Comissão de Meio Ambiente e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estudam uma ação para que a Justiça determine a retirada de indústrias e empresas altamente poluidoras das margens do rio.
A Alerj votará ainda este ano um projeto de lei do deputado André Lazaroni que proíbe o funcionamento e instalação de empresas que trabalhem com produtos que contenham substâncias do grupo dos organoclorados na Bacia do Paraíba do Sul.
http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,8174.html
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